É semi-verão na barraca colorida encravada entre milhares de outras na praia poluída de som, egos e cocôs.
No centro da decadência americo-européia-cristã-judaico-evangélica-do-capital-a-todo-custo,
tenho sede de ser.
Deus agora é um cartão com senha em um templo eletrônico.
O sol e a taxa de intoxicação de insanidade brilham alto em um barulho que só os surdos não reclamam.
A surdez é de massa e à bolognesa!
Na barraca ao lado mais um pai ignora mais um filho.
Somos e seremos todos filhos-dos-filhos-dos-filhos.. da falta de atenção hereditária milenar.
Muito mais coisa que gente.
Ninguém nessa eterna cachoeira: fura a pedra genética dura com água mole.
O que vale no reino dos dos bancos no céu aqui na terra é essa alta taxa de intoxicação do ego que não permite diálogo.
Só monólogos.
Coisifique-me na veia!
É a alta decadência primavera-verão da obscura idade média pós-moderna florescendo a beira mar.
Ainda bem que eu tenho esse meu celular de segunda internético.
Que pisca:
“Chega de patrulha!”
Liberdade hoje é isso: cada um diz o que quer e escuta quem tem vontade!
Ponto.com.
Resolvi colocar meus pés de ganso e nadar por aí contra corrente feito um pato à procura de chumbo derretido.
Nessa anti-maré horária até meu afeto aprendeu a lutar judô e volta e meia me pega desprevenido num Ypon-Wasari-tipo-banda.
Por isso me ajoelho no altar dos biquinis siliconados.
Porém, quanto mais eu rezo, mais carências crônicas me aparecem!
E do alto do por-do-sol vos digo:
As minhas correntes andam arrastando fantasmas.